quarta-feira, abril 07, 2010

QUANTO TEMPO DURA O AMOR ?


Por: Roberto Shinyashiki


Pode parecer estranho o que eu vou dizer, mas um dos maiores mitos do amor é que ele morre.
Parece até que o amor funciona como se fosse um saco de areia com um pequeno furo, que vai se esvaziando, inevitavelmente, até acabar.
Pois eu asseguro que o sentimento amorável não acaba. Na verdade, se isto ocorrer, é porque ele foi destruído.
E tem mais: muitas vezes ele é destruído por quem mais deseja que ele permaneça para sempre.
Como pode acontecer uma coisa dessas?
É que as pessoas, colocando na cabeça a certeza de que o amor vai acabar, involuntariamente contribuem para que isto aconteça.
Sem querer, preparam-se para confirmar esta crença.
Imagine, por exemplo, uma mulher que , depois de alguns anos de casada, acha que o marido não a ama mais. Pronto! Está plantada a semente da crença.
A partir deste momento, para regar esta dúvida, essa mulher procurará confirmá-la.
Ela juntará mais e mais provas de que a relação não vai bem, e começará a exercer tamanha pressão que colocará em risco justamente o amor que pretende preservar.
Muitas mulheres reclamam que os homens não a conquistam como nos tempos de namoro.
Na verdade, a conquista é motivada pela insegurança do homem. Depois de casados, para descartar a insegurança, a mulher entra no jogo e pode até se anular, como se dissesse a ele: "Pode ficar tranquilo, já sou inteiramente sua, não há risco de você me perder".
Ela se tornou um objeto só para dar segurança ao seu homem. Em outras palavra, para "evitar" que o amor termine.
*"O erro" consiste em querer dar segurança ao outro. Isto não é possível. A segurança tem de nascer e brotar de dentro da cada um.
O amor cresce quando duas pessoas inteiras optam por crescer juntas.
Veja, crescer é diferente de se completar.
Aliás, esse é outro mito do amor: que o relacionamento só dá certo quando um completa o outro.
O perigo, no caso, é que , quando um tenta completar o outro, pode, mais uma vez, se anular.
A expressão "cara-metade", portanto, está redondamente enganada. Cá entre nós, quem é que gostaria de mesmo de conviver com uma metade?
As pessoas têm de estar inteiras numa relação. Só assim o amor vai se desenvolver livremente.
Mudando, evoluindo, ganhando novas cores, sabores nunca experimentados, o amor deixa de ser uma ilusão para se tornar uma aventura maravilhosa e única.